sábado, 11 de dezembro de 2010

A Ditadura do Ultrajante


Ditatoriar o tempo, esgarçar as horas, vagar na memória, vender-se ao ócio... quem declina à vida, declina ao tempo. Entremete-se no sótão da mente, busca do âmago os arrepios, as sujeiras, e extrapola emoções. Mentiras... não é mais possível esconder. Subverte-se socialmente, atitudes insanas amiúdes. Nunca se viu nesta situação! Destempero no riso, insensatez nas lágrimas, morbidez nas piadas... é... surtou o coração!

De surtos em surtos vivemos no mundo, como moribundos, em busca de laços e abraços; mentecaptos, ineptos e mitômanos nos tornamos! Malogrados os sonhos, turvamos o pensamento cartesiano e percorremos trajetos venais. Vicissitudes morais, idiossincrasias e sabujices são marcas da volúpia do Ser.

Ser? Somos o quê? Somos o que nos tornamos! Contra à gosto, mas nos tornamos! Tornamo-nos em algo mundano, fruto do ocaso, janízaros de correntes político-filosóficas e religiosas. Forças inextinguíveis nos adentram, modelam e saem à bolor. É um ciclo vicioso. Pensamos que mudamos, mas agimos, reagimos e retroagimos num mesmo caminho. Mudam-se os cenários, mudam-se os atores, mas a cena permanece a mesma!

Palavras jogadas ao vento, pensamentos ao relento... legados inexistentes. Vazio da alma, sapiências tosquenejadas! Ilusor e lúdico no (e pelo) mundo. Influência positiva para uns e negativa para alguns. Tergiversamos o lógico em busca de lograr os pensamentos. Se preciso for, usamos, peremptoriamente, de maniqueísmos, tropelias dos grandes menestréis de guerras e políticas.

Tornamo-nos fâmulos de grandes teóricos e assim não criamos; tão somente reproduzimos. É o estorvo da humanidade! Coarctamos nossos caminhos, reduzindo ao ínfimo nosso poder de criação, o que nos faz cooptar com o velho e torna-nos claudicantes diante do novo. E ainda nos damos ao direito à vacuidade! Não de forma consciente, nos fabricamos como ignaros e labruscos. E assim, pensamos que mudamos o mundo... hum!