“Total Inexistência do pensamento emancipado da realidade. Realidade intermediada pela linguagem. Linguagem imbuída de símbolos”.
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
O Medo e o Ambiente de Trabalho
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
terça-feira, 2 de agosto de 2016
Escola sem partido e crítica à academia no Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=zCtKJxIoX2E
quarta-feira, 25 de maio de 2016
O MEDO
quarta-feira, 27 de abril de 2016
O POVO DE DEUS E A PROSTITUIÇÃO (Capítulo 5 de Oseias)
segunda-feira, 11 de abril de 2016
O Pós-modernismo e o Abandono
1 João: 2. 19 - "Saíram dentre nós, mas não eram dos nossos; porque, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; mas todos eles saíram para que se manifestasse que não são dos nossos".
Chama-me a atenção como este verso tem se tornado real com o passar dos séculos. Quando o apóstolo João o escreveu, foi entre os anos 85 e 90, em Éfeso. Porém, à medida que se passam os séculos, temos visto essas palavras se tornarem realidades no seio do Corpo de Cristo.
Podemos contemplar este verso em duas esferas: macro e micro. Macro, considerado mais agressivo, diz respeito ao abandono de Cristo e dos seus ensinos; e micro, trata do abandono da igreja (entendida aqui como comunidade) a qual fez parte - e quiçá ajudou em sua construção -, e que foi alimentada por ela por longos anos, descartando-a de maneira vil tempos depois. É desta última esfera que quero tratar.
Quando nos remetemos à história do pensamento ocidental, temos visto o crescimento da relativização em todas as esferas de nossa vida. Fazendo um recorte histórico, observa-se o Renascimento como o período onde iniciou-se a "moda" do relativismo. Isto porque foi através dele que rompeu-se com o pensamento medieval.
No entanto, temos visto o recrudescimento do Relativismo com o passar das épocas (passando pelo iluminismo, revolução industrial, pensamento moderno e, o atual pós-modernismo). Tal relativismo tem se tornado mais nocivo hodiernamente, pois não apenas os pensamentos têm sido relativizados, mas os sentimentos também.
Conceitos ancoradouros e norteadores da vida tais como o amor, amizade, fidelidade e enraizamento histórico têm perdido seu valor. Tal perda tem sido acompanhada pelo aumento do individualismo, da depressão, do remorso, das inimizades, rancores etc., e muitos estudiosos da psiquê humana tem declarado acertadamente que se trata de características da Pós-modernidade.
Temos visto o relativismo adentrar nossas igrejas. Ser igreja (doutrinariamente imaculada) em tempos pós-modernos é difícil. A igreja de Cristo tem sido bombardeada pelos modismos que têm surgido e arrebanhado multidões de massas que, diga-se de passagem, nunca foram, não são, e não querem ser leitores (e estudiosos) afincos das Sagradas Escrituras. São totalmente aversos à leitura da bíblia, trocando-a pelo modismo gospel, que, ao invés de contribuir para o crescimento do Reino de Deus, têm tornado-o doente e banalizado. Surgiu para alimentar desejos reprimidos por gostos musicais diversos e, óbvio, faturar com isso - não é novidade para ninguém o interesse mercadológico por trás da indústria fonográfica gospel. Estão mais interessados em servir à música (em si) do que ao Reino, fazendo daquela o seu deus.
O relativismo os dominam a tal ponto que, há muito, se tornaram antropocêntricos. Escolhem a igreja que melhor se adequa aos SEUS gostos e interesses: liturgia, música, quantidade de pessoas - aumentando com isso a probabilidade de se fazer novos amigos -, existência ou não de classes que atendam a todos da família etc. Enfim, não existem para servir, mas para serem servidos. Não se dispõem a contribuir para o crescimento e fortalecimento de suas comunidades, pelo contrário, querem tudo pronto, tal como um suco em caixa nas prateleiras dos supermercados, pronto para o CONSUMO. Aliás, a facilidade e a praticidade é uma das características do pós-modernismo; faz parte do processo de fragilização do homem atual a busca pelo mais fácil. Da mesma forma que procuram produtos práticos para o consumo, assim fazem na escolha de uma igreja, tornando-a mais um produto para o consumo, que satisfará seus desejos e caprichos.
Repito: ser igreja (sadia) nos dias de hoje tem sido difícil. Temos visto uma parcela significativa das igrejas que se dizem evangélicas prostituirem-se doutrinária e liturgicamente. Atraem "clientes" (com o codinome de "fiéis") através das estruturas arquitetônicas, musicais, numéricas de membros e congregados, dentre outras, usando tudo que tem ao seu alcance para fazer de iscas, no intuito de pescar seres espiritualmente frágeis que não se dispõem a estudar a bíblia e assim aprenderem os perigos inerentes de tais comunidades prostituidas doutrinária e liturgicamente, que transformam seus cultos os mais parecidos possíveis com shows (e ainda dizem, dissimuladamente, ser o melhor para Deus!).
É, amados, ser igreja pequena em tempos pós-modernos não é fácil - assim como devo imaginar que não foi fácil ser um dos 300 escolhidos por Gideão!
Por fim, só permanece quem quer servir, e não ser servido; aqueles que tem consciência que a igreja deve ser cristocêntrica e não antropocêntrica; aqueles que se dispõem a mortificar o seu EU em detrimento ao Reino de Deus, limpo, imaculado e não prostituido. Nunca é tarde para repensarmos nossas escolhas!
Justiça como punição, ou prevenção?
Me chama a atenção a concepção de justiça neste verso. Eu mesmo confesso que "justiça" seria pôr a boca no trombone e espalhar aos quatro cantos da terra o mal que me fora feito, para que todos saibam a espécie de mulher que ela fora e o mal que me causara. Seria uma espécie de punição pelo mal cometido; uma forma de não permitir que a impunidade impere.
Nosso senso de justiça baseia-se mais pela punição do que pela prevenção. Achamos justo quando um meliante recebe a sentença, mas não achamos que seja justiça dá-lo as condições necessárias - sejam elas objetivas (materias) e/ou subjetivas (psíquicas) - para uma boa vivência neste mundo. Achamos justo a aplicação da pena, mas não achamos justo conceder os meios de livrá-lo da condenação.
E foi o que José fez com Maria, concedeu-lhe uma maneira de não submetê-la à pena da infâmia e do vexame perante a sociedade. Concedeu-lhe "oportunidade", considerada por mim como a maior forma de justiça que se possa dar a alguém.
Quando falamos que nossos governantes e sociedade são injustos, assim dizemos mentalizados na corrupção que lhes são inerentes; mas não falamos pelas oportunidades usurpadas, pelos mesmos, dos menos favorecidos. Estes lutam em condições desiguais, são violentados pela própria sociedade, e esta ainda exige daqueles o mesmo desempenho dos abastados (que nasceram cercados de oportunidades), o que, ao meu ver, trata-se de mais uma violência velada, uma violência subjetiva dantesca! Se não atingirem os mesmos patamares de vida dos filhos da elite é porque são fracos, incompetentes e preguiçosos!
Uma luta só pode ser considerada justa quando todos estão em condições iguais de lutarem. A elite política de nossa sociedade (e não apenas esta!) é covarde à medida que não permite a igualdade de condições de luta da sociedade COMO UM TODO. É o meio que encontram de manter os seus sempre no topo da pirâmide.
Voltando ao texto bíblico, José até teria o direito (legal) de iniciar a luta pelo julgamento da sociedade, sobre a possível traição, de maneira desigual; era só narrar o fato de que Maria estava grávida mesmo antes de conhecê-la - o que não era nenhuma mentira. Porém, ele bem sabia que não teria o direito (moral) de iniciar a luta de maneira desigual. Sabia da necessidade de concedê-la a oportunidade de explicar-se à sociedade sem antes contaminá-la (a sociedade) com seu pré julgamento.
Que possamos, assim como José, conceber "justiça" como prevenção e não apenas como punição.