“Total Inexistência do pensamento emancipado da realidade. Realidade intermediada pela linguagem. Linguagem imbuída de símbolos”.
sábado, 31 de julho de 2010
Peço Perdão...
Esta poesia foi escrita quando do mais alto de minha subjetividade e introspecção... escrita alguns anos atrás... não sei precisar o tempo.
PEÇO PERDÃO...
Peço perdão à Deus, por nunca ter correspondido
ao seu imenso amor demonstrado na cruz.
Peço perdão aos meus pais, por nunca ter realizado
os sonhos que um dia vocês sonharam para mim.
Peço perdão aos meus amigos, por nunca ter alcançado
o nível que vocês esperavam de mim.
Peço perdão aos meus inimigos, por nunca tê-los
feito ver em mim um inimigo à altura.
Peço perdão ao meu corpo, por sempre tê-lo feito
alvo de minha discrepância intelectual.
Peço perdão à minha alma, por sempre tê-lo conduzido
ao obscurantismo de minha subjetividade.
Peço perdão a mim, por sempre
enganar meus próprios planos.
Peço perdão às minhas paixões não correspondidas,
por não ter sido capaz de fazê-las ver em mim alguém
capaz de realizar suas utopias.
Peço perdão à luz do dia, por nunca ter aprendido
o que sempre foi ensinado sob seu clarear.
Peço perdão à lua e às estrelas, por nunca ter
buscado inspiração em tamanha beleza.
Peço perdão ao amor, por nunca tê-lo decifrado
por mais que eu o sentisse.
Peço perdão à alegria, por não permitir que em
mim brilhasse no teor em que nasceu para brilhar.
Peço perdão à amizade, por ter-me envergonhado em
demonstrá-lo num abraço, aperto de mão,
carinho, sorriso e paciência.
Peço perdão à solidão, por nunca ter apreendido o seu
valor positivo e que sempre quis me ensinar.
Pelos mesmos motivos eu peço perdão à tristeza,
à amargura, à dor e ao sofrimento.
Peço perdão à verdadeira inteligência,
por sempre tê-la assassinado.
Peço perdão à morte, por não ter a devida coragem
em responder aos seus constantes convites.
Peço perdão aos leitores deste emaranhado de palavras,
por não ter sido capaz de tê-lo feito em prosa e verso.
Peço perdão...
Perdão...
Perdão...
Perdão...
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