sábado, 6 de novembro de 2010

A Ameaça Socialista


Se o mundo achava que estava livre deste mal*, está enganado! Explico:

a) A China é considerada uma superpotência não apenas do ponto de vista econômico, mas também militarmente. Põe medo a qualquer nação do mundo, inclusive aos Estados Unidos, onde, um possível confronto, seria o fim do mundo (metaforicamente, claro). Embora seja economicamente capitalista, mas politicamente é socialista e, como sabemos, não há como haver separação total entre os modelos econômico e político. Sempre a economia de um país receberá interferências da política. Exemplo disso são os Estados Unidos e alguns países europeus, tais como França, Portugal, Espanha e Grécia, que estão mergulhados numa crise econômica sem precedentes e que, para se verem livres deste mal, mudam suas políticas cambial, econômica, financeira e social. Medidas dantescas que afetam a vida e os bolsos dos trabalhadores. Em caminho contrário à crise, de vento em popa, a China vai mostrando ao mundo que as decisões políticas socialistas ajudam não apenas a manter intacta sua economia, bem como fazê-la prosperar em meio a tanta turbulência; que a perestroika foi um “mal necessário” no tocante ao crescimento e fortalecimento da nação.

b) Embora Cuba não seja uma potência econômica – talvez fruto do embargo econômico imposto pelos EUA –, e esteja caído no ostracismo político e econômico, sempre foi considerado exemplo do ponto de vista educacional e da Saúde. Taxa de analfabetismo zero e uma Saúde de pôr inveja a qualquer país do BRIC e do G-8, Cuba nunca cansou de apregoar que tais méritos são frutos de uma política socialista.

c) Senão todos, mas a grande maioria dos países sulamericanos são governados por partidos de esquerda. Embora não façam menção de seus ideais de antanho – exceto Venezuela e Bolívia – as experiências ideológicas e de lutas adquiridos pelos seus governantes nunca serão totalmente extirpados. Fazem parte de suas trajetórias de vida política, e sempre vão dever seus sucessos políticos do presente, às lutas de outrora. Sem falar que os países sulamericanos sempre tiveram uma queda pelos ideais de esquerda e um certo rancor aos EUA e aos seus respectivos países colonizadores. Isto se deve, principalmente e historicamente , à interferência americana e europeia em suas economias, culturas e políticas. Ser um país colonizado com fins extrativistas deixou-nos marcas sociais negativas profundas, e isso é praticamente imperdoável pelos países do baixo trópico. Como corajosamente disse Cristina Kirchner, no episódio do velório de seu marido, em que impediu a entrada e participação do vice-presidente Julio Cobos: rancor não se cura!

d) Os EUA estão mergulhados numa crise econômica sem precedentes. E por incrível que pareça não é fruto da competitividade natural capitalista – como previam os marxistas –, mas sim da inadimplência deles mesmos. Sicofantas de si mesmos! Cuspiram pra cima! Alguns economistas prevêem que os EUA devem recompor sua economia no prazo máximo de dois anos, correndo o risco de não lograrem êxito, passado este prazo. Como foi visto, medidas nunca antes navegadas na mente humana foram tomadas: até mesmo doação (é doação mesmo e não empréstimo!) às grandes empresas e bancos foi feito pelo governo americano, no intuito de socorrê-los. É a velha interferência política na economia. Para quem sempre apregoou e se gabou do livre comércio e da não interferência política nos assuntos econômicos foi um tapa daqueles! Fica a pergunta: por que algumas poucas empresas e bancos de grande porte foram beneficiadas com essas doações em detrimento de outras de mesmo porte? É amigos, sujeira política não é particularidade de países pobres, quem diria!
Tenho minhas dúvidas se conseguirão sair desta crise, principalmente pela atualíssima composição de seu Congresso: Republicanos à torto e à direito! Como é da praxe política de toda oposição - em qualquer lugar do mundo -, não vão perder oportunidade, tempo e esforços para culpar os Democratas, e solução que é bom: nada! Obama passou de mocinho para bandido nesta história. O solution-men decepcionou os corações dos menos conservadores do mundo inteiro, e o jeito será baixar a crista e entregar-se de corpo e alma às mãos dos xiitas conservadores Republicanos, para ver no que vai dar. Se der certo, os Democratas terão que amargar uma bom tempo no ostracismo político, até cair no esquecimento coletivo o seu fracasso. O mesmo se aplicaria ao Brasil, caso o governo do PT fosse um fracasso. Mas para nossa sorte (ou competência dos petistas!) saímos bem na fita.

Como se pode ver, a guerra fria não teve seu fim com a queda do muro de Berlim. E toda essa conjuntura citada pontualmente, trata-se apenas do início (ou retorno?) das dores!

* Mal apenas para os conservadores.

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