quarta-feira, 29 de junho de 2011

Uma Breve Análise das Três Décadas.

Analisando bem as exatas três décadas de vida hoje, assim como qualquer outro, tive altos e baixos. Na verdade não estou como gostaria de estar. Pensava eu chegar nesta idade com uma estabilidade financeira que me impulsionasse a sonhar em ter alguns bens à longo prazo. Não posso. Pelo medo, fruto da inutilidade pela qual sinto. Sinto-me um completo inútil em meu emprego, sem falar que não gosto nem um pouco de estar aqui. É um trabalho que não me causa estresse – como no meu antigo emprego –, porém, a sensação de inutilidade é extrema. Sem contar que a minha frustração crescia a cada ano de vida. Desde o ano passado, quando minha auto-estima cresceu, que resolvi arriscar – em meio ao medo – e dar uma guinada na vida: casei, estou fazendo um curso de idiomas, resolvi terminar o “interminável TCC” (das frustrações, essa é o 2ª que mais me envergonho, perdendo apenas para o fato de nunca ter passado num concurso), e pretendo, como diz meu amigo Julio, não fugir mais dos “antidepressivos”, ou seja, seguir carreira na área da reflexão. Acho que realmente tenho um viés acadêmico, embora meu medo tivesse me tirado essa vocação. Pois bem, fiz um plano de 5 anos na minha vida; lembra um pouco da máxima de Juscelino Kubitschek : “50 anos em 5”. Pretendo, no final destes 5 anos, já estar casado (como já estou), terminar meu curso de idiomas e terminar meu mestrado. Depois, faço planos para mais 5, sem nenhum problema com a idade – vale mais o meu estado de espírito. Espero em Deus realizá-lo.
A minha vida sempre foi marcadao pelo melancolismo. Lembro-me que, desde criança, quando minhas vontades não eram realizadas, recolhia-me a pensar em minhas limitações, do porquê não ter consguido o que queria. Esta característica me acompanhou – e acompanha, hoje em menor grau – por muito tempo. Tenho uma tendência violenta à melancolia e a consequente inércia. Nesta semana, recebi um e-mail cômico de uma colega, com uma foto de um belo cavalo amarrado a uma cadeira de plástico, e o seguinte dizer: “às vezes, nossas amarras são apenas mentais”. Pus-me a refletir, e ver que se trata de uma verdade. Será que minhas “amarras mentais” me fizeram não ir adiante todo este tempo? Trago em minha história muitas frustrações, dentre elas, ter desistido do curso de Agronomia, por medo de uma única disciplina. Lembro-me que o medo foi tão grande que cheguei a fazer uma prova final desta disciplina e sequer tive a curiosidade de ver a nota. Desisti do curso sem pestanejar. Não conclui meu TCC até agora, também por medo. Mas coragem não é ausência de medo, mas sim o seu controle. Então, corajoso é o que não sou, pois nunca o controlei. Tenho pretensos planos para estes cinco anos. Se conseguirei obter êxito, não sei, só sei que tenho que seguir adiante, aos trancos e barrancos, sempre respeitando minhas limitações – que são inúmeras!
Chego aos 30, agradecendo pela boa saúde, pela realização do casamento, pela minha família, pelas inesgotáveis graças de Deus – de todos os tipos imagináveis e inimagináveis –, pelo perdão dos pecados, mas não celebro muito na área profissional. Mas tudo bem, enquanto há vida, há esperança – e isso já é um salto enorme na minha vida, tendo em vista que no passado tinha a tão estimada “desesperança nossa de cada dia” por perto e sempre. Ser convencido de que Deus é um Deus pessoal já me faz muita diferença, já me faz ter esperança no presente e no futuro. Hoje, sinto-me um pouco envergonhado por não ser levado tão a sério, mas ao mesmo tempo sei que minhas atitudes levaram a essa representação social, dos que me cercam mais imediatamente.

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