sexta-feira, 5 de março de 2010

Sobre a Solidão.


Tudo fica mais susceptível quando estamos sós. Nosso mundo torna-se mais frágil, nossas emoções ficam mais à flor da pele; caímos em muitas ciladas, ciladas estas criadas e alimentadas pelas nossas próprias emoções. Ficamos sem condições de pensar nos momentos críticos da vida, e assim nos tornamos confusos.
Solidão demais tem seu preço, e não há subterfúgios que possam substituí-lo, ou ao menos amenizá-lo. O Ser humano é um Ser social e, por isso mesmo, não tem condições de ficar só por muito tempo. Quando me refiro a "ficar só" não é ao "só" propriamente dito, ou seja, ao estado de não ter ninguém por perto. Há a possibilidade de nos sentirmos sós no meio de pessoas próximas. Isto se dá quando não há uma conexão afetiva, de pensamentos e de humor entre nós e os nossos próximos. É por isso que se faz necessário saber escolher as amizades. E para isso, não apenas basta a sabedoria - que serve, dentre muitas coisas, para filtrar os candidatos a amigos -, faze-se necessário, também, o fator sorte. Seria mais cômodo se tivéssemos a sorte de acharmos no lugar certo e na hora certa, pois assim teríamos nossa necessidade de amizades sendo suprida mais rapidamente; mas nem sempre o lugar certo e a hora certa nos oferece os candidatos mais apropriados. Nestas horas, a sabedoria tem também a função de não fazermos sair por aí, à tôa, procurando em qualquer lugar; é preciso manter o equilíbrio, mesmo que a força da solidão nos impulsione ao erro. É bem difícil, é verdade, pois ficamos mais expostos quando nos achamos sós. Mas não é impossível.
Um dos erros mais graves cometidos por um recém-solitário disposto a se libertar desta condição, é se satisfazer, o mais rápido possível, de outros amigos que conheceu aleatoriamente. O vazio continuará, sem sombra de dúvidas. Esse erro é muito comum entre namorados que rompem o relacionamento e, para não estar só - até porque, nestas horas, a solidão lhe parecerá vergonhosa aos olhos do outro - arranjam qualquer um (ou uns). Isso não é grave, é gravíssimo!
Precisamos ter paciência - a paciência é um dos frutos da sabedoria -, e não tentarmos enganar a solidão preenchendo a lacuna produzida por ela com qualquer outra coisa. Isso seria um auto-engano. O segredo é: Paciência, e só!

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