sábado, 20 de fevereiro de 2010

É a isso que chamam amor?


Escrito em 2005.


É a isso que chamam amor?

Sentimento que mata, destrói, trai;

Desesperança, mas que traz esperança.

Humilha e sofre, sofre, mas que faz viver.



É a isso que chamam amor?

Sentimento que aprisiona,

Mas que emancipa a imaginação humana;

Faz tirar dos aconchegos da alma o orgulho

Que emana, que encanta; que floresce o

Mais sublime dos sentimentos, mas que o

Coração adoece.



Engana, cheia de gana, afama e assim

Se ensoberbece; ensina o erro, pois a

Razão enlouquece. Martiriza, não se esquece.

Polemiza, pois “coleriza” o mais sublime dos seres.

Prejudica, “futiliza”, sacrifica a totalidade de um

Ser que si mesmo valoriza.

Arma poderosa, dolorosa; que é capaz de corroer

O poder ao atingir àqueles que o detém.



Valorosa, poderosa, perspicaz e laboriosa;

A tua majestade transcende gerações, culturas

E lugares. Só tu reinas! Magnífica com o seu

Saber e conhecer, inatingível à mente humana!



Nascestes para os fortes, regozija-se nos fortes,

Faz-se conhecer através dos fortes; justo os fortes

Que a ti te rejeitam em não querer te conhecer.



Ah, amor! Não te ames! Não te mates

Com teu próprio veneno!



Nós seres fracos imploramos a tua condenação,

Pois só tu tens o poder de acordar as agruras de

Nosso coração.



Desejamos o teu dês-saber, o teu mal-querer, o teu não-ver.

Cega-nos e não te recolhas apenas ao âmago de nossa alma!

A ti pertence todo nosso ser, fazendo-nos sofrer,

Mas sendo nosso bem querer,

De eternidade em eternidade, mal nos ensinando

A nos reconhecer.



Será por isso que a ti chamam amor?

Nenhum comentário:

Postar um comentário